Rio de Janeiro-RJ: Ativistas pedem imagens de câmeras da viatura onde Rafael Braga foi levado
Nesta quarta-feira, dia 20, manifestantes se reuniram na frente do Ministério Público, no centro do Rio de Janeiro, para pressionar o Ministério Público que fortaleça o pedido dos advogados de que as câmeras da viatura, onde Rafael Braga foi levado preso, sejam averiguadas. Em audiências anteriores, o Juiz do Tribunal de Justiça negou o pedido de averiguação da câmera. O ato teve início por volta de 13 horas e se estendeu até o fim da tarde, com falas de integrantes da campanha pela liberdade do Rafael e panfletagem.
Rafael Braga foi preso na grande manifestação do dia 17 de julho de 2013 - mesmo sem estar participando do movimento. Era morador de rua e foi detido pela Polícia Militar, próximo de onde passava o ato, portando uma garrafa de plástico de Pinho Sol e outra de água sanitária.
No começo deste ano, Rafael se encontrava em regime semiaberto, mas foi novamente detido, dessa vez enquanto ia à padaria próximo a casa de sua mãe, na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio. Testemunhas dizem que policiais da UPP plantaram drogas durante a abordagem, feita de forma violenta, com torturas e ameaças de abuso.
O caso já rendeu várias audiências no TJ-RJ, onde o juiz negou o pedido dos advogados de defesa de que fosse feita a averiguação das imagens da câmera da viatura. Ativistas da campanha pela liberdade recorreram ao Ministério Público durante o ato, pedindo para que o pedido dos advogados fosse atendido. O MP, por sua vez, disse que fortalecerá o pedido de averiguação das imagens.
Houve intervenções de alguns grupos durante a manifestação, lembrando do genocídio do povo negro que vem acontecendo diariamente no Rio de Janeiro. Em entrevista, umx parente do jovem Jhonata, morto pela PM no morro do Borel, disse que o caso do Rafael ilustra o que vive o jovem negro e periférico todos os dias, e que é importante uma mobilização social para combater isso.
Jhonata foi morto por PM's que confundiram o saco de pipocas que carregava, com drogas. Os policiais ainda tentaram forjar um tiroteio no local.
O grupo americano Black Lives Matter, que luta contra o racismo nos Estados Unidos, participou do ato.
Novas mobilizações são esperadas para as próximas semanas. A campanha pela liberdade de Rafael Braga se reúne todas as terças na Cinelândia às 18 horas, é autogestionada e apartidária.
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