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Rio de Janeiro-RJ: Indígenas que ocupavam o museu do índio são retirados de forma ilegal e violenta pelo estado

Julho 19, 2016 - 00:00
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Há uma semana vinha acontecendo o movimento de ocupação da FUNAI do Rio de Janeiro na intenção de protestar pela devolução da Aldeia Marakànà, que foi tomada pela Odebrecht, através da concessão do entorno do Maracanã. Além dessa, estavam na pauta outras demandas como a luta contra o etnocídio indígena, contra a PEC 215, e, sobretudo, contra a instalação do Comitê Olímpico Internacional no prédio do Museu do Índio, algo bem incoerente no que se propõe em seu papel institucional, pois os mesmos que impedem a entrada de indígenas que se recusam no reconhecimento de bebelôs-folclorizados, aceitam a entrada de estrangeiros com finalidades capitalistas nas olimpíadas. A FUNAI que se diz um órgão pró-indígena, mas há anos se recusa a receber as lideranças.

 


Foto de Katja Schilirò

No começo da semana os seguranças terceirizados junto com indígenas contratados para figuração da etnia fulni-o agrediram covardemente indígenas e apoiadores a pauladas e a facadas no momento da entrada da ocupação. Tiveram muitos feridos graves e nada foi feito até então. Nenhum dos agressores foi responsabilizado.

 

No dia 19, a Justiça Federal foi cumprir o mandado de reintegração em favor da FUNAI, fora do horário de expediente e sem a presença da Polícia Federal, Ministério Público e da Defensoria Pública da União. Além disso, não houve audiência prévia, o que está previsto em lei no Novo Código de Processo Civil. Ou seja, mesmo diante de todas essas ilegalidades jurídicas, a reintegração foi realizada.

O advogado do caso, Arão da Providencia Guajajara foi detido no exato momento da reintegração por alegações infundadas, sem o acompanhamento da OAB, foi levado à 9ª DP, o que também é ilegal. Foi a segunda reintegração que o advogado foi detido no exercício de seu trabalho.

 


Foto de Daniel Castelo Branco

O Museu do Índio e seus funcionários como o Sr. Levinho e o Sr. Tony Lotar vêm divulgando notas nas redes sociais para deslegitimar a ação dos indígenas ocupantes e, assim, silenciar suas reivindicações. A diretoria do Museu mente quando diz que a ocupação colocou em risco o acervo do museu com uma fogueira. Houve a fogueira, mas de tão pequena foi apagada com uma "pisada" de um dos seguranças. Além disso, se tem alguém que tocou no acervo do museu e o danificou foram os próprios funcionários, fulni-o e seguranças que retiraram as peças em exposição, como as bordunas com espinhos para atacar quem ocupasse o espaço. Uma peça foi quebrada ao meio, como mostra a foto.

 

Depois do ocorrido, outros indígenas da etnia fulni-o prestaram solidariedade aos agredidos e repugnaram o ato dos parentes que estão ao lado do Estado, fazendo o papel da polícia.

A FUNAI está por trás das mortes de indígenas e só os recebe para barganhar, comprar e calar o movimento. Quando se trata de bater de frente com o capital e com o Estado ela sai e deixa o caminho livre. Em sua sede no Rio de Janeiro abriu as portas para as delegações de megaevento internacional e fechou pra indígenas.

"A FUNAI não me representa. A funai é o Estado que continua tomando nossas terras e matando a gente. E a gente pede socorro pro além. Porque ninguém tá ouvindo."

Foto de Katja Schilirò

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