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Rio de Janeiro - RJ: CHOQUE ataca moradores da Metrô-Mangueira

Março 14, 2017 - 21:33
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Neste domingo, dia 12, algumas(uns) moradoras(es) e apoiadoras(es) da comunidade do metrô-mangueira, afetada pelas remoções durante a Copa do Mundo, organizaram-se para resolver um problema de esgoto na região e foram surpreendidos pelo batalhão de CHOQUE da Guarda Municipal, que invadiu a comunidade atirando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. A resistência foi montada em alguns segundos, e a Guarda foi obrigada a recuar.

A situação ocorreu por volta de meio dia, quando ocorria um mutirão para resolver um problema de tubulação na comunidade. Algumas pessoas trabalhavam na obra quando a GCM parou três vãs na altura da entrada da comunidade, onde ficam os lava-jatos que servem de renda para diversos moradores, e invadiram o local truculentamente.

Pessoas que transitavam pelo local correram até o mutirão para avisar o que estava ocorrendo, e em poucos minutos a população entrou em confronto com a Guarda, que foi obrigada a recuar devido à força da resistência popular.

No confronto, um guarda atirou uma bomba de efeito moral na casa de uma moradora, onde reside um bebê de 9 dias, que foi encaminhado ao HUPE, na rua Vinte e Oito de Setembro, em Vila Isabel. O recém nascido recebeu alta devido ao vinagre que foi usado pela mãe em um pano para proteger o rosto do filho quando a bomba estourou. Em entrevista, a mulher, indignada, disse que já está acostumada a receber ataques violentos da Guarda Municipal e contou de quando, em um bloco de carnaval, foi atingida na cabeça por uma guarda com um cassetete por tentar vender suas mercadorias no local.

Segundo um policial que se encontrava na Delegacia próxima à UERJ, a GCM relatava que uma viatura escolar - que segundo o policial faz rotas aos finais de semana - foi atacada na Mangueira, porém o batalhão que atacou a comunidade não era escolar. Os moradores questionaram essa alegação e não obtiveram resposta.

 

SITUAÇÃO DA METRÔ-MANGUEIRA ATUALMENTE

Altamente afetada pelas remoções no período da Copa do Mundo, a comunidade em resistência do metrô- mangueira segue sendo alvo do descaso da prefeitura do Rio de Janeiro. Diversas famílias residentes no local são obrigadas a conviver sem saneamento básico e andando no esgoto todo dia. Apenas uma torneira de água abastece todas as casas do local, e as crianças precisam conviver com entulhos há muito tempo presentes ali.

A situação precária ocorre em diversas favelas da cidade, porém algo a mais acontece no metrô-mangueira. A especulação imobiliária cresceu na localidade devido aos grandes eventos dos últimos tempos, e é de interesse da prefeitura que os moradores saiam dali.

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