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Nota de Solidariedade à Federação Anarquista Gaúcha

Outubro 31, 2017 - 23:28
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O coletivo Organização Popular (OP) vem a público se solidarizar com os companheiros da Federação Anarquista Gaúcha, com a Ocupação Pandorga e com o Instituto Parrhesia Erga Omnes, que no dia 25 de outubro de 2017 sofreram com a repressão do Estado, tendo os seus espaços invadidos pela Polícia Civil. Livros anarquistas, jornais, publicações de movimentos sociais e garrafas pet com material reciclável serviram como provas para incriminar essas organizações políticas, que atuam junto a movimentos populares, construindo, através do trabalho de base, uma frente de resistência ao avanço do capital e das injustiças sociais.

A atual conjuntura tem sido marcada pela perda de direitos e pelo avanço das ideologias autoritárias e segregacionistas de direita. Vivemos a perda de direitos, o sucateamento dos serviços públicos, o desemprego e a precarização geral do trabalho. Diante desse quadro, os movimentos sociais e organizações políticas apostam na luta e resistem. O Estado, por seu turno, fortalece os seus instrumentos de repressão, visando conter e criminalizar ideais e práticas que têm como princípio a autogestão e a construção de redes autônomas de luta.

A perseguição política não é novidade. No Rio de Janeiro, Rafael Braga continua sendo o único preso das manifestações de junho de 2013. O morador em situação de rua foi acusado de portar material explosivo em uma garrafa de pinho sol que utilizava para limpar o local onde dormia. Ainda nessa cidade, os 23 militantes presos em suas casas na véspera da final da Copa do Mundo de 2014 também são vitimas de um processo judicial arbitrário e sem provas. Entre esses militantes alguns são anarquistas.

O caso se torna mais preocupante quando vemos a mídia gaúcha e nacional (respectivamente RBS e Rede Globo) fazerem matérias extensas sobre o movimento anarquista colocando todos embaixo do mesmo guarda-chuva teórico e metodológico. Por ignorância ou maldade escondem as diferenças de pensamento e ação dentro do movimento anarquista mostrando todos de forma demonizada, violenta e contrários à toda sociedade. Compreendemos que esta estratégia serve para confundir e manipular a informação veiculada para a sociedade brasileira e justificar os atos de violência, seja do Estado ou por grupos paramilitares contra toda e qualquer organização anarquista, autônoma ou libertária.

É preciso denunciar a perseguição aos movimentos sociais e chamar atenção para a perseguição política e ideológica que o anarquismo tem sofrido nos últimos anos. Seus princípios são deturpados e o senso comum em torno desses são utilizados de acordo com os interesses do Estado, do empresariado, do bloco privatista, todos eles aliados a mídia burguesa.

Lutar não é crime! Anarquismo não é crime!

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