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[Rio de Janeiro-RJ] Vereadora é morta após denúncias e gera revolta

Março 16, 2018 - 13:56
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Neste dia 14, a vereadora Marielle Franco, do PSOL-RJ, uma das mais votadas do município, foi assassinada enquanto voltava de um evento na Lapa. Segundo testemunhas, um carro emparelhou ao dela no bairro do Estácio e efetuou 9 disparos, matando a parlamentar e seu motorista Anderson Pedro Gomes, de 39 anos. Tudo indica uma execução.

Neste ponto, é preciso ter em mente quem teria interesse na morte de Marielle Franco. Nas redes sociais, internautas buscaram em sua página postagens recentes denunciando o 41 BPM (Irajá) por conduzir com truculência operações na favela de Acari e de matar duas pessoas e jogá-las em um valão. As denuncias contra a Policia Militar e principalmente contra o 41 BPM são constantes e a luta pela desmilitarização fazia parte da agenda da parlamentar.

Outro fato interessante é que, dias após o interventor Walter Braga Netto dizer que "não podia correr o risco de uma nova comissão da verdade ser criada" Marielle foi nomeada relatora da comissão que acompanharia a intervenção federal no Rio. Ela era abertamente contra a operação dos militares na cidade.

Vimos que muitos teriam interesse na execução da vereadora e todos estes ligados ao braço armado do Estado. Apesar de muitos ainda tocarem na tecla de um possível assalto, a própria Polícia Civil trabalha com a suspeita de uma execução. O motivo é político e deve ser pensado por todas e todos. Um contexto de maior repressão do Estado justificado por uma intervenção militar constitucional começa com a morte de uma vereadora de esquerda.

Marielle denunciava o genocídio da população negra e periférica por parte da PMERJ e, nesta quinta-feira, dia 16, a população revoltada foi às ruas exigir o fim das mortes, da Policia Militar e da intervenção. O ato reuniu milhares de pessoas na ALERJ e caminhou até a Cinelândia com palavras de ordem contra a PM, contra o racismo do judiciário e contra a intervenção federal. Não houve confronto pois a polícia acompanhou o protesto de longe.

O momento é extremamente delicado e pede cada vez mais organização para lidar com o que está por vir. Um contexto de repressão e ataque vindos do Estado por meio de seu braço armado se desenha no país e principalmente no Rio de Janeiro que recebe a intervenção. É importante, além de demonstrar a revolta e resistir nas ruas, fomentar a organização popular nos bairros e locais de trabalho. Um povo organizado para a luta é mais díficil de ser dominado.

Construir grupos de estudo, grupos de mídia para denunciar abusos, aulas de autodefesa, centros culturais periféricos onde se reúnam as populações locais e se coletivize a cultura de resistência são medidas importantes, além das manifestações.

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